quinta-feira, 7 de maio de 2015

O VELOCIPE DO GABRIEL

Emocionou-me bastante quando vi o velocípede vazio do Gabriel empurrado por uma garotinha que carregava uma folha de cartolina escrito: “GABRIEL”, dizendo que aquele velocípede (que chamarei de velocipe)  era do Gabriel, fazia parte da “passeata” de protesto contra a negligência  médica que ceifou a vida do próprio Gabriel, que segundo sua mãe, entrou no Hospital José Mendes  com uma simples febre e saiu de lá morto. Os amigos, os colegas, os companheiros todos se juntaram e com folhas de cartolinas que pediam “Justiça” caminharam pacificamente pelas ruas da cidade para chamar a atenção das autoridades para que tome as providências devidas para que este fato não  ocorra mais. Quanta tristeza deve estar sentindo os pais daquela criança que era a alegria do lar, o presente que Deus mandou. Agora não mais existe o Gabriel, ele se foi, desapareceu do convívio dos seus amores. Só as roupas e os brinquedos ficaram e muitas tristezas nos corações dos seus genitores que repentinamente virão seu filhinho de dois anos  e três meses  desaparecer. Só o velocipe ficou pra lembrar ao papai e a mamãe as piruetas que o filhinho fazia na sala, no quarto ou na cozinha.
Eu também já experimentei essa dor quando morava em Barcelos – rio Negro, perdemos um filhinho de 10 meses que já começava  a andar.  É uma dor indescritível, não há palavras que console. Todo momento a criança está presente em nossa mente, em nosso pensamento.
Só o tempo que tudo cura que alivia os corações desses pais que no momento não compreendem os  desígnios de Deus para com seu “nenê” amado. E poderão no futuro até perdoar essa médica que errou na dosagem e matou seu filhinho, cumprindo o pedido do Mestre Jesus de amarmos  até nosso inimigos.
O velocipe do Gabriel me fez chorar, cheguei a  vê-lo no seu brinquedo de estimação quando a passeata se formava na Avenida Parque e eu me dirigir para o Parque Residencial Poranga onde tenho uma casinha, parei a bicicleta e mirei direto no velocipe, me lembrei do meu pequeno que nos deixou e vi o pequeno Gabriel que eu nem conheci, brincando no seu velocipezinho que agora está vazio como vazio está o coração daqueles pais, principalmente dela, a mãe que gerou no útero por nove meses  e sentiu a dor do parto e dedicava àquela criança  todo Amor do mundo; e agora passam pela maior provação de sua vida. Uma coisa é certa: se realmente a profissional errou, tenho certeza que não foi com o propósito de tirar a vida do seu cliente. Agora é só esperar pela Justiça dos homens e guardar no fundo do coração a lembrança do “Biel”, que partiu e está do lado de Deus.

Por essas palavras, obrigado Senhor, o Senhor que é a inteligência Suprema, causa primária de todas as coisas, e consola os corações dos familiares do pequeno Gabriel... Que assim seja!

Edição 313 - 21.03.2015 - O Candiru

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