Emocionou-me
bastante quando vi o velocípede vazio do Gabriel empurrado por uma garotinha
que carregava uma folha de cartolina escrito: “GABRIEL”, dizendo que aquele
velocípede (que chamarei de velocipe)
era do Gabriel, fazia parte da “passeata” de protesto contra a
negligência médica que ceifou a vida do
próprio Gabriel, que segundo sua mãe, entrou no Hospital José Mendes com uma simples febre e saiu de lá morto. Os
amigos, os colegas, os companheiros todos se juntaram e com folhas de
cartolinas que pediam “Justiça” caminharam pacificamente pelas ruas da cidade
para chamar a atenção das autoridades para que tome as providências devidas
para que este fato não ocorra mais.
Quanta tristeza deve estar sentindo os pais daquela criança que era a alegria
do lar, o presente que Deus mandou. Agora não mais existe o Gabriel, ele se
foi, desapareceu do convívio dos seus amores. Só as roupas e os brinquedos
ficaram e muitas tristezas nos corações dos seus genitores que repentinamente
virão seu filhinho de dois anos e três
meses desaparecer. Só o velocipe ficou
pra lembrar ao papai e a mamãe as piruetas que o filhinho fazia na sala, no
quarto ou na cozinha.
Eu
também já experimentei essa dor quando morava em Barcelos – rio Negro, perdemos
um filhinho de 10 meses que já começava
a andar. É uma dor indescritível,
não há palavras que console. Todo momento a criança está presente em nossa
mente, em nosso pensamento.
Só o
tempo que tudo cura que alivia os corações desses pais que no momento não
compreendem os desígnios de Deus para
com seu “nenê” amado. E poderão no futuro até perdoar essa médica que errou na
dosagem e matou seu filhinho, cumprindo o pedido do Mestre Jesus de
amarmos até nosso inimigos.
O
velocipe do Gabriel me fez chorar, cheguei a
vê-lo no seu brinquedo de estimação quando a passeata se formava na
Avenida Parque e eu me dirigir para o Parque Residencial Poranga onde tenho uma
casinha, parei a bicicleta e mirei direto no velocipe, me lembrei do meu
pequeno que nos deixou e vi o pequeno Gabriel que eu nem conheci, brincando no
seu velocipezinho que agora está vazio como vazio está o coração daqueles pais,
principalmente dela, a mãe que gerou no útero por nove meses e sentiu a dor do parto e dedicava àquela
criança todo Amor do mundo; e agora
passam pela maior provação de sua vida. Uma coisa é certa: se realmente a profissional
errou, tenho certeza que não foi com o propósito de tirar a vida do seu
cliente. Agora é só esperar pela Justiça dos homens e guardar no fundo do
coração a lembrança do “Biel”, que partiu e está do lado de Deus.
Por
essas palavras, obrigado Senhor, o Senhor que é a inteligência Suprema, causa
primária de todas as coisas, e consola os corações dos familiares do pequeno
Gabriel... Que assim seja!
Edição 313 - 21.03.2015 - O Candiru
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