Joanilson Mendes
Um empresário
bem-sucedido precisou fazer uma viajem, mas antes comunicou ao novo mordomo que
retornaria para a ceia de Natal. O mordomo foi contratado por ser famoso na
região como um dos melhores mordomos que se tinha notícia. Para impressionar o
Chefe e conquistar de fato o lugar deixado pelo mordomo anterior que havia
morrido, o empenhado funcionário encomendou os melhores enfeites da região,
mandou podar o jardim, trocar as
lâmpadas, comprou um Papai Noel de mais de três metros de altura, encomendou de
fora a mais linda Árvore de Natal e o mais moderno presépio. Os convidados eram
pessoas influentes na sociedade, pessoas de posses. Estava tudo perfeito, só
faltava o dono da casa chegar.
Pouco antes da meia-noite o patrão chegou, o mordomo o
aguardava na entrada principal, queria o reconhecimento, nem um lugar na
localidade estava mais bonito. A música já embalava os mais ilustres convidados
que se embebedavam com as mais caras bebidas e os melhores pratos. O patrão chegou e achou tudo muito bonito,
elogiou-o: pela poda do jardim, pelo Papai Noel; figura central da festa, pelo
colorido da Árvore de Natal e pelo presépio elétrico com seus movimentos
perfeitos.
Estava tudo muito bem organizado. O mordomo cumprira sua
missão. Contudo, o patrão na medida em que ia fazendo a vistoria do ambiente ia se entristecendo. Mas como
pode alguém ficar triste diante de tanta coisa bonita. Ele olhava para um lado
e outro como se estivesse procurando algo, como se estivesse à procura de
alguém... “Será que esqueci de convidar alguém?” Pensou o mordomo, que
logo percebeu que alguma coisa não estava a gosto do patrão.
- Não gostou da ornamentação chefe? - Gostei, está tudo muito bonito, mas falta
algo... - O quê? Diga que em mando os empregados providenciar, afinal, dinheiro
nunca foi o problema, não é mesmo? – Não se trata disso, está tudo muito
bonito, mas sinto que falta algo... – Eu fiz tudo com muito zelo, tudo que tem
aqui é o melhor que encontrei. Veja como as pessoas estão se divertindo: bebida
à vontade, comida das mais diversas, sinceramente, chefe, eu ainda não entendi
por que o senhor não gostou? – Eu pensei encontrar aqui algo que
preenchesse meu coração de Paz e
Alegria, algo que me lembrasse do Amor da minha infância, onde as amizades
valiam mais que bens e não eram medidas por raça, classe social, ouj religião.
Sinto falta do Natal comemorado em família ao redor da mesa. Sinto falta do
tempo em que os que tinham, compartilhavam com aqueles que não tinham. Sinto
falta do abraço amigo, do aperto de mão solidário, do olhar sincero; e isso não
se compra e nem se vende... Desculpe-me, vou para meu quarto, quero ficar a sós
com Jesus. Lá eu sei que posso encontra-lo! Vou aproveitar para agradecê-lo por
ter vindo a este mundo, salvar o pobre, o
rico, o branco, o índio, o negro e principalmente o sem cor, sem raça e
sem nome, sem religião, se fé e sem chão. Feliz Natal e boa noite a todos...
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