sábado, 27 de dezembro de 2014

FESTA DE NATAL

Joanilson Mendes

Um  empresário bem-sucedido precisou fazer uma viajem, mas antes comunicou ao novo mordomo que retornaria para a ceia de Natal. O mordomo foi contratado por ser famoso na região como um dos melhores mordomos que se tinha notícia. Para impressionar o Chefe e conquistar de fato o lugar deixado pelo mordomo anterior que havia morrido, o empenhado funcionário encomendou os melhores enfeites da região, mandou podar o jardim, trocar  as lâmpadas, comprou um Papai Noel de mais de três metros de altura, encomendou de fora a mais linda Árvore de Natal e o mais moderno presépio. Os convidados eram pessoas influentes na sociedade, pessoas de posses. Estava tudo perfeito, só faltava o dono da casa chegar.

Pouco antes da meia-noite o patrão chegou, o mordomo o aguardava na entrada principal, queria o reconhecimento, nem um lugar na localidade estava mais bonito. A música já embalava os mais ilustres convidados que se embebedavam com as mais caras bebidas e os melhores pratos.  O patrão chegou e achou tudo muito bonito, elogiou-o: pela poda do jardim, pelo Papai Noel; figura central da festa, pelo colorido da Árvore de Natal e pelo presépio elétrico com seus movimentos perfeitos.

Estava tudo muito bem organizado. O mordomo cumprira sua missão. Contudo, o patrão na medida em que ia fazendo a vistoria  do ambiente ia se entristecendo. Mas como pode alguém ficar triste diante de tanta coisa bonita. Ele olhava para um lado e outro como se estivesse procurando algo, como se estivesse à procura de alguém... “Será que  esqueci  de convidar alguém?” Pensou o mordomo, que logo percebeu que alguma coisa não estava a gosto do patrão.


- Não gostou da ornamentação chefe?  - Gostei, está tudo muito bonito, mas falta algo... - O quê? Diga que em mando os empregados providenciar, afinal, dinheiro nunca foi o problema, não é mesmo? – Não se trata disso, está tudo muito bonito, mas sinto que falta algo... – Eu fiz tudo com muito zelo, tudo que tem aqui é o melhor que encontrei. Veja como as pessoas estão se divertindo: bebida à vontade, comida das mais diversas, sinceramente, chefe, eu ainda não entendi por que o senhor não gostou? – Eu pensei encontrar aqui algo que preenchesse  meu coração de Paz e Alegria, algo que me lembrasse do Amor da minha infância, onde as amizades valiam mais que bens e não eram medidas por raça, classe social, ouj religião. Sinto falta do Natal comemorado em família ao redor da mesa. Sinto falta do tempo em que os que tinham, compartilhavam com aqueles que não tinham. Sinto falta do abraço amigo, do aperto de mão solidário, do olhar sincero; e isso não se compra e nem se vende... Desculpe-me, vou para meu quarto, quero ficar a sós com Jesus. Lá eu sei que posso encontra-lo! Vou aproveitar para agradecê-lo por ter vindo a este mundo, salvar o pobre, o  rico, o branco, o índio, o negro e principalmente o sem cor, sem raça e sem nome, sem religião, se fé e sem chão. Feliz Natal e boa noite a todos...

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