sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

HISTÓRIAS DO MEU POVO

Eduardo Palmeira - Preto Velho

O Mundicão tinha acabado de bater uma pelada e chegou em casa – “brocado de fome”. Sua mãe não tava, ele foi na panela e viu que tinha um negócio meio frito, meio guisado lá no fundo. Botou uns 4 pedaços no prato, jogou farinha e mandou brasa. Era um negócio esquisito meio pitiú. Mas assim mesmo foi embora, pois a broca tava grande. Quando sua mãe chegou ele perguntou: “Mãe o que é isso que tá na panela?” Ela respondeu: “É o vizinho que matou uma jibóia e pediu pra eu tirar a banha.” Aí já era tarde a cobra já tinha sido comida. O Mundicão pegou a panela, botou embaixo do braço e foi lá pra “Furna da Onça” onde tinha uma galera tomando cerveja. “Riba, Zeca Nelson, Adelson Perrone, Tonico, João Goiaba, Carlinho da Conceição etc. Era um timaço que tava biritando. Foi quando Riba perguntou: “Mundicão que tu tem aí nessa panela?” E já foi pegando a panela e dizendo: “Tá escondendo o jogo né Mundicão?” E levou a panela pra cozinha, botou na frigideira, cortou uns tomates, umas cebolas, deu uma temperada legal, jogou um pouco de farinha, fez um farofão e colocou na mesa pra turma tirar o gosto. De vez em quando um perguntava: “ O que é isso Riba?” Ela respondia: “Vai comendo cara, depois a gente dá o nome.” Quando a farofada tava pra acabar, o Mundicão subiu à escada devagar e lá de cima gritou: “ Vocês tão comendo é cobra!” E abriu na carreira e nem quis saber da panela.

O Benjamin convidou o Luizinho pra balar lá pro bairro de São Jorge - que ficava na estrada do “fomento”, um Bairro Novo que começava a surgir naquele tempo. E ficava longe da cidade. Pra encurtar a distância eles entraram pelo caminho do “seringal” do Jauary, lá no meio do caminho o cavalo do Seu Capivara (conhecido como) flamenguista roxo, de nome Pé-de-Pano comia capim tranquilamente.

O Benjamim não tem o que fazer, dá uma tapa na bunda do animal, que imediatamente junta as quatro patas e dá uma certeira patada no peito do “Beijoca” que é arremessado fora do caminho. O Luizinho cai na gargalhada e o Beijoca se levanta meio sem graça e vai embora pra casa. Não quer nem saber de balar passarinho, mas depois duma porrada daquela que levou. E o Pé-de-Pano continuava pastando tranquilamente, enquanto seu dono não vem pra botá-lo na carroça.

Uma palheta do motor “Marítimo” – sumiu da oficina do Seu Jorge Chabrega, desapareceu e ninguém viu. Passou-se dias, quando chega o Bunitinho, certo dia, oferecendo uma palheta bem pintadinha pro Seu Jorge Chabrega que pega a palheta, examina bem examinada e diz: “Essa palheta é minha!” Foi quando o Bunitinho respondeu: “Vem bunitinho depois de pintada querer conhecer!” Mas aí já era tarde, o Seu Jorge Chabrega não devolveu mais a palheta que tinham roubado de sua oficina.

Na próxima vez que contarmos as “Histórias do Meu Povo” vamos contar a História do defunto que a caminho do Cemitério caiu pelo fundo do caixão em plena Av. 7 de Setembro. Aguardem!


Obrigado meu Deus por essas palavras sobre o povo da minha cidade. O Senhor que é a inteligência Suprema, causa primária de todas as coisas. Cuida desse Preto Velho, para que continue produzindo coisas maravilhosas do povo da Pedra Pintada.

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