Eduardo Palmeira - Preto Velho
O Mundicão tinha acabado de bater
uma pelada e chegou em casa – “brocado de fome”. Sua mãe não tava, ele foi na
panela e viu que tinha um negócio meio frito, meio guisado lá no fundo. Botou
uns 4 pedaços no prato, jogou farinha e mandou brasa. Era um negócio esquisito
meio pitiú. Mas assim mesmo foi embora, pois a broca tava grande. Quando sua
mãe chegou ele perguntou: “Mãe o que é isso que tá na panela?” Ela respondeu:
“É o vizinho que matou uma jibóia e pediu pra eu tirar a banha.” Aí já era
tarde a cobra já tinha sido comida. O Mundicão pegou a panela, botou embaixo do
braço e foi lá pra “Furna da Onça” onde tinha uma galera tomando cerveja.
“Riba, Zeca Nelson, Adelson Perrone, Tonico, João Goiaba, Carlinho da Conceição
etc. Era um timaço que tava biritando. Foi quando Riba perguntou: “Mundicão que
tu tem aí nessa panela?” E já foi pegando a panela e dizendo: “Tá escondendo o
jogo né Mundicão?” E levou a panela pra cozinha, botou na frigideira, cortou
uns tomates, umas cebolas, deu uma temperada legal, jogou um pouco de farinha,
fez um farofão e colocou na mesa pra turma tirar o gosto. De vez em quando um
perguntava: “ O que é isso Riba?” Ela respondia: “Vai comendo cara, depois a
gente dá o nome.” Quando a farofada tava pra acabar, o Mundicão subiu à escada
devagar e lá de cima gritou: “ Vocês tão comendo é cobra!” E abriu na carreira
e nem quis saber da panela.
O Benjamin convidou o Luizinho
pra balar lá pro bairro de São Jorge - que ficava na estrada do “fomento”, um
Bairro Novo que começava a surgir naquele tempo. E ficava longe da cidade. Pra
encurtar a distância eles entraram pelo caminho do “seringal” do Jauary, lá no
meio do caminho o cavalo do Seu Capivara (conhecido como) flamenguista roxo, de
nome Pé-de-Pano comia capim tranquilamente.
O Benjamim não tem o que fazer,
dá uma tapa na bunda do animal, que imediatamente junta as quatro patas e dá
uma certeira patada no peito do “Beijoca” que é arremessado fora do caminho. O
Luizinho cai na gargalhada e o Beijoca se levanta meio sem graça e vai embora
pra casa. Não quer nem saber de balar passarinho, mas depois duma porrada
daquela que levou. E o Pé-de-Pano continuava pastando tranquilamente, enquanto seu
dono não vem pra botá-lo na carroça.
Uma palheta do motor “Marítimo” –
sumiu da oficina do Seu Jorge Chabrega, desapareceu e ninguém viu. Passou-se
dias, quando chega o Bunitinho, certo dia, oferecendo uma palheta bem
pintadinha pro Seu Jorge Chabrega que pega a palheta, examina bem examinada e
diz: “Essa palheta é minha!” Foi quando o Bunitinho respondeu: “Vem bunitinho
depois de pintada querer conhecer!” Mas aí já era tarde, o Seu Jorge Chabrega
não devolveu mais a palheta que tinham roubado de sua oficina.
Na próxima vez que contarmos as
“Histórias do Meu Povo” vamos contar a História do defunto que a caminho do
Cemitério caiu pelo fundo do caixão em plena Av. 7 de Setembro. Aguardem!
Obrigado meu Deus por essas
palavras sobre o povo da minha cidade. O Senhor que é a inteligência Suprema,
causa primária de todas as coisas. Cuida desse Preto Velho, para que continue
produzindo coisas maravilhosas do povo da Pedra Pintada.
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