domingo, 7 de dezembro de 2014

PARA AJUDAR ITACOATIARA - I

Tyrson Muñoz

Este título foi concebido pela equipe redacional do Jornal A CRITICA – em matéria escrita por mim em 13 de outubro de 1993. Faço uso novamente do mesmo título, pois o tempo passou (mais de 20 anos) e continuamos na expectativa de dia melhores em relação aos Patrimônios Arquitetônicos da nossa Itacoatiara, apesar de inúmeras reportagens e exposições reivindicativas (a última realização na Galeria Marina Penaber com o apoio da AIRMA).

Nossos Patrimônios Históricos edificados no período áureo da borracha, aos poucos estão sendo derrubados ou descaracterizados. Citamos algumas como exemplos: o Mercado Municipal (destruído na década de 80), Casa Anglo (restou somente a fachada), descaracterizada e engolida por grande caixote de alvenaria, que abriga Supermercados local, antigo prédio Colonial (Fabrica de Guaraná Rio Negro), totalmente destruído, prédio da antiga Profilaxia, restaurado e descaracterizado por recente ampliação, antiga residência dos “Monassas”, totalmente destruída, que por ironia do destino, foi derrubada logo após o II Seminário de Educação Patrimonial para o Município de Itacoatiara-AM. Nesse encontro organizado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), com o apoio da Prefeitura de Itacoatiara, resultou no livro “Preservar é preciso” constando inventário do Centro Histórico de Itacoatiara, realizado por (04) equipes formadas por (50) agentes de Patrimônio, que receberam treinamento do IFHAN-AM. Esse agentes receberam certificados e a responsabilidade pela vigilância dos nosso patrimônios Culturais e Naturais. Todos esses patrimônios são amparados pela Lei orgânica Municipal, que embora não seja específica defende nossos Patrimônios Históricos, assim considerados por escritores, jornalistas, intelectuais pesquisadores; menos o Poder Público que os ignora.

Citamos na oportunidade alguns bens naturais: a Av. Parque, hoje degradada, a Poranga, que merece atenção antes de ser totalmente aterrada (suas margens ao longo do rio, pertencem, segundo Lei Federal à União), o lago do Canaçari, carente de projetos de manejos de peixes, quelônios e matas ciliares, Bosque das Seringueiras do Jauari (Bairro), esse conta com projeto aprovado e verba disponível (se já foi recolhida), as seringueiras do Centenário que fazem parte da origem de nossa cidade (algumas já derrubadas).

Logicamente que se esses bens que já são protegidos por Leis, fossem tombados (ação pela qual se protege um Patrimônio Cultural, resguardando-o), seria de grande importância Histórica e vital para Itacoatiara e Amazonas, mas o que testemunhamos é o atropelo desses bens pelo Poder Público, muitas das vezes, por ignorância ou influenciado pelas especulações imobiliárias.

Um fato curioso é o de que os comerciantes e empresários que construíram nossos prédios históricos embelezando-os com distintos estilos arquitetônicos, hoje são representados por confrades contemporâneos que destroem ou descaracterizam os mesmos.

De que adianta o IFHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artísitico Nacional, gastar o nosso dinheiro, repassando através de inúmeros tributos, para a revitalização do Centro Histórico de Itacoatiara, para formar novos agentes patrimoniais (eu sou um deles), editorações, se a falta de respeito a nossa História continua? A Av. Parque, que acabou de ganhar uma Associação para defendê-la, assiste imparcial, sob os olhares do Poder Público Municipal, Estadual e Federa (todos estão cientes), a lenta derrubada (já foi demolida parte do prédio), da morada Auzier, construção que abrigou as famílias Ramos e Auzier erguida no século XIX.


E agora Josés? De quem é a culpa? Do Poder Público Federa, Estadual ou Municipal? A resposta é: de todos nós!

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