Tyrson Muñoz
Este título foi concebido pela
equipe redacional do Jornal A CRITICA – em matéria escrita por mim em 13 de
outubro de 1993. Faço uso novamente do mesmo título, pois o tempo passou (mais
de 20 anos) e continuamos na expectativa de dia melhores em relação aos
Patrimônios Arquitetônicos da nossa Itacoatiara, apesar de inúmeras reportagens
e exposições reivindicativas (a última realização na Galeria Marina Penaber com
o apoio da AIRMA).
Nossos Patrimônios Históricos
edificados no período áureo da borracha, aos poucos estão sendo derrubados ou
descaracterizados. Citamos algumas como exemplos: o Mercado Municipal
(destruído na década de 80), Casa Anglo (restou somente a fachada),
descaracterizada e engolida por grande caixote de alvenaria, que abriga
Supermercados local, antigo prédio Colonial (Fabrica de Guaraná Rio Negro),
totalmente destruído, prédio da antiga Profilaxia, restaurado e
descaracterizado por recente ampliação, antiga residência dos “Monassas”,
totalmente destruída, que por ironia do destino, foi derrubada logo após o II
Seminário de Educação Patrimonial para o Município de Itacoatiara-AM. Nesse
encontro organizado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
(IPHAN), com o apoio da Prefeitura de Itacoatiara, resultou no livro “Preservar
é preciso” constando inventário do Centro Histórico de Itacoatiara, realizado
por (04) equipes formadas por (50) agentes de Patrimônio, que receberam
treinamento do IFHAN-AM. Esse agentes receberam certificados e a
responsabilidade pela vigilância dos nosso patrimônios Culturais e Naturais.
Todos esses patrimônios são amparados pela Lei orgânica Municipal, que embora
não seja específica defende nossos Patrimônios Históricos, assim considerados
por escritores, jornalistas, intelectuais pesquisadores; menos o Poder Público
que os ignora.
Citamos na oportunidade alguns
bens naturais: a Av. Parque, hoje degradada, a Poranga, que merece atenção
antes de ser totalmente aterrada (suas margens ao longo do rio, pertencem,
segundo Lei Federal à União), o lago do Canaçari, carente de projetos de
manejos de peixes, quelônios e matas ciliares, Bosque das Seringueiras do
Jauari (Bairro), esse conta com projeto aprovado e verba disponível (se já foi
recolhida), as seringueiras do Centenário que fazem parte da origem de nossa
cidade (algumas já derrubadas).
Logicamente que se esses bens que
já são protegidos por Leis, fossem tombados (ação pela qual se protege um
Patrimônio Cultural, resguardando-o), seria de grande importância Histórica e vital
para Itacoatiara e Amazonas, mas o que testemunhamos é o atropelo desses bens
pelo Poder Público, muitas das vezes, por ignorância ou influenciado pelas especulações
imobiliárias.
Um fato curioso é o de que os
comerciantes e empresários que construíram nossos prédios históricos embelezando-os
com distintos estilos arquitetônicos, hoje são representados por confrades
contemporâneos que destroem ou descaracterizam os mesmos.
De que adianta o IFHAN –
Instituto do Patrimônio Histórico e Artísitico Nacional, gastar o nosso
dinheiro, repassando através de inúmeros tributos, para a revitalização do
Centro Histórico de Itacoatiara, para formar novos agentes patrimoniais (eu sou
um deles), editorações, se a falta de respeito a nossa História continua? A Av.
Parque, que acabou de ganhar uma Associação para defendê-la, assiste imparcial,
sob os olhares do Poder Público Municipal, Estadual e Federa (todos estão
cientes), a lenta derrubada (já foi demolida parte do prédio), da morada
Auzier, construção que abrigou as famílias Ramos e Auzier erguida no século
XIX.
E agora Josés? De quem é a
culpa? Do Poder Público Federa, Estadual ou Municipal? A resposta é: de todos
nós!
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